segunda-feira, 28 de abril de 2014

MARIA DA ENCARNAÇÃO GUYART

Viúva, Fundadora, Beata 
1599-1672

Filha de um mestre padeiro, Florêncio Guyart, e de Joana Michelet, Maria Guyart, nasceu em Tours, França, no dia 28 de Outubro de 1599.

Dotada de grande memória, sobretudo para as coisas de Deus, ainda criança repetia, no final da Missa, a homilia escutada com toda a atenção. Aos sete anos, depois de uma experiência mística, manifestou o desejo de ser religiosa. Mas os pais casaram-na aos dezassete anos com Cláudio Martin, fabricante de sedas. Têm um filho e, aos vinte anos, enviuvou.

Após pagar as dívidas do marido, que entrara em falência, fez-se bordadeira; e novamente sente o desejo de se consagrar totalmente a Deus. Vai para casa da irmã e trabalha numa empresa de transportes terrestres e marítimos, dirigida pelo cunhado. Rapidamente chega a chefe de administração, coisa bastante inusitada na época.

Embora empenhadíssima nas suas várias actividades, Maria mantém sempre uma estreita visão de Deus em uma vida activa e contemplativa. Mas o antigo sonho continua vivo em sua alma e, no dia 21 de Janeiro de 1631, ingressou no convento das Ursulinas de Tours, depois de entregar o filho aos cuidados da irmã.

Quem não ficou satisfeito foi o pequeno que rodeado de uma chusma de colegas pensa ir libertar a mãe, mas nem puderam entrar. Quando adulto, fez-se beneditino e entendeu o procedimento daquela de quem foi o primeiro biógrafo, já que tinha conhecido seu misticismo e suas virtudes.

Maria Guyart tomou o véu em 25 de marco de 1631, com o nome de Maria da Encarnação; e professou em 25 de Janeiro de 1633. Foi logo indicada para Mestra de Noviças.

Em 1622, o Papa Gregório XV havia instituído a Congregação de “Propaganda Fide” para ajudar os missionários que partiam para as terras longínquas, especialmente o Novo Mundo.
Iluminada por um sonho, Maria percebe que o Senhor a deseja no Canadá. Iniciou uma correspondência com os missionários jesuítas do Canadá, e em 1639 entrou em contacto com Madame de la Peltrie, uma viúva de Alençon, que pensava fundar um convento em Quebec para a educação das meninas índias.

Em 22 de Fevereiro de 1639, Maria deixou Tours e foi para Paris, na companhia da jovem Irmã Maria de S. José, preparando-se para a fundação.

Em 1639, depois de tormentosa viagem, chegou finalmente à terra do seu destino, onde grassava uma epidemia de varíola. É a primeira missionária dessa região. Sem nada temer, lança-se na evangelização dos índios cujas línguas aprende rapidamente. Ensina os pequenos por meio de catecismos que ela própria traduziu – um na língua dos Hurões, outro na dos Iroqueses e ainda outro na dos Algonquins – depois de compor vários dicionários daqueles dialectos.

Nos anos de 1642 a 1649, oito missionários foram martirizados e, diante do perigo, convidaram Maria a voltar para a França, mas ela não quis abandonar o Canadá. Depois de construir o convento, em 1642, dirige-o, com uma competência assombrosa, e aí permaneceu por trinta anos. Em maio de 1653 foi inspirada a se oferecer em holocausto a Deus para o bem daquela terra.

Seu dinamismo apostólico não lhe roubava o espírito contemplativo nem o tempo de oração. Em 1669, foi dispensada da responsabilidade de Superiora devido suas condições de saúde, que continuaram a agravar-se, e, no dia 30 de Abril de 1672, faleceu em Quebec, aquela que foi exemplar como esposa, mãe, viúva, directora de empresa, freira, mística, missionária, mestra de religiosas, numa mescla admirável de dotes naturais e divinos, deixando uma comunidade de cerca de 30 religiosas, das quais se originou as Ursulinas do Canadá.

As suas relíquias repousam no Oratório da Capela das Ursulinas de Quebec e por seu papel de mestra de vida espiritual e promotora das obras evangelizadoras goza de tal estima na história canadense, que é considerada a “mãe” da Igreja Católica do Canadá.


Madre Maria da Encarnação Guyart foi beatificada em 22 de Junho de 1980.

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